Daniel Loria, diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária, prevê 2025 como um ano a ser marcado por avanços significativos na implementação tecnológica da reforma
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Notícia
Dólar cai a R$ 1,675 um dia após alta do IOF
Medida "paliativa" para coibir excesso de dólar não tem resultado
O mercado de câmbio recebeu com ceticismo ontem o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) de 2% para 4% para estrangeiros aplicarem em juros brasileiros. No lugar de subir, como espera o governo e até parte do mercado, o dólar retrocedeu mais 1% e desceu para R$ 1,675 -menor patamar desde setembro de 2008.
O "timing" do governo para subir o IOF e agir contra a valorização do real não poderia ter sido pior. O Japão praticamente zerou os juros, e as Bolsas disparam pelo mundo -na Bolsa de Nova York, o Dow Jones subiu 1,8% e o S&P 500 teve alta de 2%.
O mesmo ocorreu com as commodities (o barril de petróleo subiu 1,7%, para US$ 82,82 em Nova York) e as principais moedas internacionais. O dólar recuou mais 0,8% em relação ao euro.
Diante daquilo que o ministro Guido Mantega (Fazenda) chamou de "guerra cambial" no mundo, bancos e demais investidores querem ver o "arsenal bélico" do brasileiro -o uso do Fundo Soberano e a venda de derivativos- para lutar contra a percepção de que a "enxurrada de dinheiro" para os emergentes seguirá firme.
REALIDADE GLOBAL
Uma das dúvidas é a capacidade de articulação dos países em desenvolvimento (a maioria concorrentes) com os EUA e a Europa para frear essa realidade de apreciação das moedas emergentes.
No mercado de câmbio, o volume de negócios explodiu ontem e ultrapassou US$ 5,5 bilhões -mais de cinco vezes o US$ 1 bilhão da véspera.
Pela manhã, a moeda americana chegou a subir para até R$ 1,70, mas o avanço não resistiu ao otimismo nos mercados globais com a atuação do governo japonês para estimular a economia.
"O mundo procura se refugiar contra a desvalorização do dólar. Não é só o Brasil; procura também commodities, moedas e ações", disse Alexandre Jorge Chaia, especialista em câmbio do Insper.
O IOF de 4% leva mais da metade dos ganhos do estrangeiro que compra títulos públicos por um ano, segundo o matemático José Dutra.
Para ele, a única forma desse investidor sair ganhando agora é o dólar continuar caindo em relação ao real (veja simulação abaixo).
"Esse investidor tem muita informação e sabe avaliar bem esse risco", disse.
"O estrangeiro está ganhando menos, mas ainda leva muito. A gente está esperando até agora o efeito de quando o governo subiu o IOF para 2%. Todas as moedas estão se valorizando em relação ao dólar", disse Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora.
Para Battistel, o governo "comprou uma briga para perder". Ele tem notado as corretoras de câmbio subirem as cotações pouco antes das intervenções do BC para vender dólar mais alto à autoridade monetária.
"Há um ano, o governo fez de tudo para parar o inevitável. Agora volta a insistir na mesma tecla. O efeito prático é inócuo", disse Marco Caruso, do Banco Pine.
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