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Como pequenas empresas podem se sair bem
É um momento de transição. Muitas empresas estão passando pela primeira turbulência econômica depois de um forte crescimento.
Mário Tonocchi
Gestão eficiente, inovação, atenção ao fluxo de caixa, redução de custos e investimentos na produtividade foram as principais armas das 200 pequenas e médias empresas brasileiras escolhidas como as que mais cresceram nos últimos três anos, segundo pesquisa da consultoria Deloitte em associação com a revista especializada Exame PME. Os resultados da sondagem foram apresentados ontem, em São Paulo. "É um momento de transição. Muitas empresas estão passando pela primeira turbulência econômica depois de um forte crescimento. Isso reforça a necessidade do aprimoramento do negócio e a atenção à eficiência", disse José Paulo Rocha, sócio da consultoria e responsável pelo trabalho.
As 200 pequenas e médias empresas brasileiras eleitas devem registrar receita líquida média de R$ 52,6 milhões neste ano ante R$ 22,6 milhões na edição de 2006. Também em alta, os empregos diretos devem chegar, em 2009, a 85.734. O quadro de pessoal das mais rentáveis em 2006 somavam 46.160 funcionários. Os bons resultados não reduzem a preocupação das pequenas e médias diante do cenário econômico atual. A pesquisa mostrou que 84% das atuais vencedoras procuram encontrar fórmulas para cortar custos sem comprometer a qualidade dos produtos ou serviços. (Veja quadro nesta página)
A eficiência pode não estar automaticamente ligada ao crescimento rápido das pequenas e médias, segundo o diretor de relações com os investidores da Locaweb, Celso Nunes. Para ele, a empresa, para crescer, teve que fazer escolhas e muitas delas podem deixar o negócio momentaneamente ineficiente. "Estamos constantemente montando estruturas para acompanhar as necessidades do mercado. O importante é o equilíbrio entre a eficiência e o crescimento acelerado", observou.
Saber crescer – Para André Lissner, da empresa de eletrônicos curitibana Visum, que apareceu duas vezes na listas das melhores pequenas e médias e hoje já alcançou o status de grande, o importante, ao crescer, é manter imutáveis os fundamentos empresariais do negócio. "Deve-se avaliar o quanto a empresa pode crescer. Muitas crescem demais e acabam fechando, porque não tinham, em seu DNA, o crescimento sustentável."
A Visum passou de faturamento de R$ 33 milhões em 2006 para prováveis R$ 600 milhões neste ano. Para o executivo, fluxo de caixa é mais importante que faturamento ou lucro. São fundamentais o atendimento personalizado, a agilidade e a flexibilidade, a governança, a expertise técnica, situação financeira sólida e não depender de apenas um ou dois mercados. "Com atuações diversificadas, podemos aproveitar bolhas de consumo e não sofrer com as crises de mercados específicos", disse.
A edição de 2009 da pesquisa sobre as 200 pequenas e médias que mais cresceram (o dobro das edições anteriores) levou em consideração receita líquida entre R$ 5 milhões e
R$ 200 milhões. As candidatas não podem fazer parte de conglomerado empresarial com mais de 30% do seu capital controlado por estrangeiros, não serem subsidiárias de grupo empresarial com faturamento igual ou superior a R$ 1 bilhão por ano, independentemente da origem de seu capital e deveriam, nesta edição, operar desde 2004. Não participam empresas de auditoria, consultoria, mídia e comunicação, além de cooperativas, instituições financeiras, empresas públicas e organizações sem fins lucrativos.
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