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Micro e pequenas empresas podem lucrar com sustentabilidade
Durante evento no Rio, palestrantes destacam que eficiência energética também aumenta ganhos para as MPE
Adaptada à realidade das grandes companhias em todo o mundo, a prática da eficiência energética tende a se tornar usual também na gestão das micro e pequenas empresas. A mudança no comportamento deve ser feita não somente em razão de aspectos ambientais, mas também por benefícios econômicos que ela traz às MPE, de acordo com Célio Bermann, professor do Programa de Pós-Graduação em Energia da Universidade de São Paulo (USP). O especialista participou ontem (16) do painel Em busca da Eficiência Energética, no XIV Encontro Internacional de Empreendedores. O evento acontece até amanhã (18), no centro de convenções HSBC Arena, no Rio de Janeiro.
Em sua apresentação, Célio Bermann mostrou exemplos que podem ser adotados por empresas de micro e pequeno porte para alcance de economia e sustentabilidade. Ele citou a troca de lâmpadas por outras mais econômicas e de equipamentos como geladeiras ou motores de máquinas por modelos que consumam quantidade inferior de energia elétrica.
“Para as micro e pequenas empresas é importante a redução dos custos com energia, que são crescentes e tendem a ficar ainda mais caros. Elas devem começar a pensar nesse assunto desde já. Isso é importante porque uma empresa eficiente gasta menos e, com isso, obtém maiores lucros. Precisamos diminuir os custos de produção”, frisou o especialista.
Redução de preços
“A conta que precisa ser feita não é apenas sobre o valor que o empresário vai pagar naquele momento. Ele deve pensar que o equipamento mais sustentável terá vida útil maior e trará retorno ao longo do tempo. É preciso pensar a médio prazo”, destacou outra participante do painel, a executiva Holly Fowler. Ela é diretora sênior de Sustentabilidade e Responsabilidade Social da Sodexo, empresa especializada em alimentação e gestão de serviços, com representação em 80 países, com 40 mil clientes em todo o mundo e receita anual superior a US$ 40 bilhões.
“O empresário precisa pensar que vai levar um tempo para ter retorno, mas que depois desse prazo ele vai economizar muito. As empresas começaram a se dar conta da economia que podem criar com esses investimentos em sustentabilidade”, afirmou Holly.
Os debatedores defenderam uma redução nos preços dos equipamentos eficientes, que custam mais caro que os tradicionais. “Alcançar a eficiência energética exige ações”, ressaltou Célio Bermann. Primeiramente, para ele, é preciso eliminar desperdícios. Em seguida, deve ser feita a racionalização do consumo de energia por meio da troca de equipamentos por outros mais eficientes.
“Com a redução dos custos, o empresário vai conseguir aumentar sua competitividade”, assinalou Bermann. Ele salientou a importância de se buscar fontes renováveis de energia. “Mais de 81% das fontes de energia que o mundo utiliza são combustíveis fosseis - altamente poluentes e que vão terminar. Temos de pensar em outras fontes. As energias renováveis correspondem a menos de 13% da demanda atual”, observou.
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